domingo, 16 de outubro de 2011

Orçamento da tanga para 2012

Na passada quinta feira o nosso Primeiro Ministro falou ao povo e lá apresentou as directrizes do orçamento de estado para o ano de 2012.
Cortes nos subsídios de férias e de Natal, aumento do IVA, eliminação de deduções fiscais várias. É o chamado cortar a direito! Medidas de crescimento e umas palavrinhas de encorajamento, “viste-as”.
Ora bem, confesso que ainda não li e estudei a fundo as medidas do orçamento de Estado (e provavelmente não o farei). A verdade é que para além da falta de paciência, não ganho quatro mil euros para o fazer. No entanto, aqui vão as minhas medidas para a redução do défice. São medidas básicas e palpita-me que só não são aplicadas porque não interessa aos visados. Ora aqui vão:
1. Redução das remunerações auferidas por certos funcionários. Tenho para mim que o exercício de um cargo político é um motivo de orgulho para quem o exerce. Que se exerce um cargo político para trabalhar para Portugal e não apenas para o tacho. O estatuto remuneratório é público e pode ser visualizado aqui http://www.parlamento.pt/DeputadoGP/Paginas/EstatutoRemuneratorioDeputados.aspx. É certo que quem trabalha, tem que ser remunerado. Mas também há que lembrar que um cargo político é um trampolim para, finda a legislatura, exercer cargos noutro local…
Vá lá, sejam solidários e dêem o exemplo! Tornem-se nos deputados “mileuristas” que dão o litro pela Nação nesta altura de crise!
2. Redução ou mesmo o corte das ajudas de custo. Numa altura em que se anda a cortar a torto e a direito, usem-se transportes públicos (a ajuda de custo podia-se cingir ao passe social) e recorram aos táxis (estão a ajudar a economia). No final do mês apresentem as facturas dos táxis e a “ajuda de custo” pagará.
3. Agilização dos métodos de trabalho. Vou dar um exemplo do meu dia-a-dia. Necessito de umas cópias fornecidas pela Câmara Municipal de Lisboa. Elaboro um requerimento que terá ser entregue num determinado edifício. Um funcionário recebe-o. Eu que sou uma miúda amiga digo onde se encontra o documento de que preciso cópia (mais exactamente o departamento). O requerimento segue para um funcionário que abre um processo para poderem tirar a cópia. O meu pedido entra no sistema informático da Câmara Municipal. Volvidos os 10 dias úteis para emissão de cópias, ligo para a Câmara. Um funcionário atende. Transfere para o departamento onde o documento se encontra. Um funcionário atende o telefone. Depois de explicar o que pretendo, passam-me a chamada para o funcionário que dá andamento ao processo onde o documento de que preciso cópia se encontra junto. Esse funcionário está a fumar no hall. Espero meia hora pelo funcionário. Que não sabe do meu requerimento, que nada lhe foi reencaminhado. Para ligar outro dia. Ligo passado uns dias e com uma paciência de jó. Mesma sequência de passagem de telefonemas. Finalmente o funcionário fumador informa que o meu requerimento seguiu para o departamento das cópias. Liga-me para o dito departamento. Dizem-me que ainda não chegou àquele departamento. Ligo outro dia. Afinal a cópia já estava passada. Peço para me remeterem por correio. Liga-me à secção central para me darem o valor. Envio cheque com o emolumento. Passado 45 dias após a entrada do requerimento a cópia chega ao escritório.
Claramente demasiada burocracia e demasiados funcionários…
4. Instalação de relógio de ponto, mas daqueles que lêem a retina ou as impressões digitais. A grande e patética medida de crescimento do nosso Primeiro foi o alargamento em trinta minutos o horário de trabalho. Uma coisa é certa, se a malta cumprir o horário de entrada, não houver pausas de 15 minutos a cada hora para o cafezinho e pró cigarrinho e o horário de almoço for cumprido a sério, a produtividade aumenta e esta patetice dos trinta minutos é esquecida.
Claramente uma medida demagógica! E como vai ser a sua implementação? O executivo já a negociou com os sindicatos? I don’t think sooo…
5. Reformados só têm direito a receber uma única pensão. Não estou a pensar naqueles desgraçados que recebem uma pensão ridícula e que mal dá para se alimentarem e que agora a vão ver reduzida. Estou a pensar naqueles “gestores” que estiveram breves meses a exercer a “gestão” de uma instituição pública e findos esses meses, reformam-se. Recebem uma pipa de massa de reforma, ficam o chauffer e carro com não sei quantos cilindros. A tudo acresce o facto de, apesar de receberem a choruda pensão, ainda cumulam com outras pensões e trabalham para outras empresas, públicas ou privadas. Toda a gente conhece um, dois, três casos destes. Que tal acabar com esta chulice?
O meu País vai mal, quão mal não sei e o executivo não quer esclarecer. Pequenas medidas que seriam seguramente um grande incentivo para os mais desafortunados. Se ganhasse quatro mil euros por mês e mais um quanto em ajudas de custas, lembrar-me-ia e implementava estas e mais algumas medidas. E assim vamos nós…




1 comentário:

  1. gostei das tuas medidas! principalmente da do relogio de ponto!

    gabi

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