Depois de uma semana centrada nas
mamocas da Angelina Jolie (ou na falta delas, para ser mais precisa…que bitch
insensível que hoje estou…), na viagem de avião Paris-Lisboa do Passos Coelho e
do Socrátes (porque viajar em económica ao estilo sardinha enlatada dá aspecto
que o governo anda solidário e de mãos dadas com a miséria do Zé Povinho) e no
Benfica-Chelsea (pré, durante e pós jogo…especialmente os habituais bitaites
dos comentadores futebolísticos), eis que surge um novo assunto, este sim digno de um piqueno comentário,
até porque hoje já tudo o que mexe e fala deu o seu parecer sobre a matéria:
A aprovação da co-adopção por casais homossexuais,
um projecto de lei apresentado pelo PS e
que hoje, - misteriosamente com votos favoráveis da bancada PSD, - foi aprovado
no Parlamento.
Com este projecto de lei será permitido que homossexuais possam
co-adoptar os filhos biológicos da pessoa com quem vivem casados ou em união de
facto.
Rigorosamente, foi aprovado que "quando
duas pessoas do mesmo sexo sejam casadas ou vivam em união de facto, exercendo
um deles responsabilidades parentais em relação a um menor, por via da filiação
ou adopção, pode o cônjuge ou o unido de facto co-adoptar o referido
menor".
Hoje já ouvi e li de tudo um
pouco. Já li a opinião de criaturas de direita a quem devia ser dado o contacto
de um bom psiquiatra, gente que apoia, gente que pensa que foi hoje aprovada a
adopção de uma criança por um casal homossexual casado ou a viver em união de
facto, gente que pensa ser grave, imoral e perniciosa esta aprovação…ele há de
tudo e para todos os gostos…
Eu ando do lado do sim e do que
me parece pertencer ao foro do bom senso e do que deve ser considerado mais
favorável para o saudável desenvolvimento da criança. Esta aprovação demonstra
maturidade e razoabilidade e acima de tudo um enorme avanço civilizacional.
Acima de tudo uma criança deve ter estabilidade e amor aquando do seu
crescimento, oferecido por um pai e uma mãe, por dois pais ou por duas mães,
pelos avós, pelos tios e tias ou apenas por um pai ou por uma mãe,
independentemente da orientação sexual. Isto é ponto assente.
A aprovação que hoje teve lugar permite que um dos membros
do casal adopte o filho biológico ou adoptado do seu companheiro. Numa situação
extrema, imaginando que esse casal vive em união de facto ou casado, que um
deles tem um filho biológico ou adoptado e, por qualquer razão, o progenitor
perece, parece-me normal e razoável que a criança possa ser adoptada pela
pessoa que formava a sua família, independentemente da orientação sexual! Afinal
de contas, a criança já coabitava com esse membro do casal…
Se não tivesse sido criança até
há relativamente pouco tempo, - e não me lembrasse o quanto gozava e era gozada
pelos outros meninos do colégio, pelo simples facto de serem gordos, usarem
óculos ou aparelho dentário, terem defeitos na fala ou mesmo físicos ou apenas serem “estranhos” -
até poderia perceber aqueles que defendem não dever existir adopção por casais
homossexuais face à engenharia social e emocional de ter dois pais e duas mães…será
que esses opinadores não andaram em colégios ou escolas??
E partir da premissa, para evitar
a adopção, que um casal homossexual tem tendência a ser mais promíscuo que um
casal heterossexual ou que as relações poderão ser mais frágeis é uma falsa
questão, e quem tem amigos homossexuais (solteiros ou com um companheiro) sabe que a realidade da
promiscuidade ou da infidelidade pertence a pessoas de qualquer género, credo
ou orientação sexual.
Vamos seguir as cenas dos
próximos capítulos….
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