Na visita do Presidente dos EUA, Barack Obama, ao Egipto, em 2009, este apelou a um "novo começo". Referia-se a um "fresh start" nas relações entre os países árabes e os ocidentalizados.
Este discurso foi o rastilho que incendiou a mente dos povos árabes, já de si descontentes com as políticas ditatoriais há muito impostas.
Mubarak governou o Egipto desde 1981 até 2011.
Renunciou ao cargo de Presidente após violentíssimas manifestações, protestos e críticas por parte do povo egípcio, bem como do mundo ocidentalizado.
Na Páscoa de 2010 estive no Egipto. Percorri aquele país a pé, de comboio e autocarro, praticamente até à fronteira com o Sudão. Estive em vários locais onde as manifestações tiveram lugar. Foi triste saber das pilhagens ao Museu Egípcio do Cairo, ver a enorme Praça Tahrir invadida com guerrilhas, tiros, feridos e mortos. Saber do sofrimento daquelas afáveis pessoas que tão bem me receberam.
Na Páscoa seguinte, percorri alguns locais de Marrocos de jipe. Passámos por Marraquexe. Na Praça Djema El-Fnaa (praça principal) fizémos compras e regateámos tudo ao mais ínfimo dirham, jantámos em bons sítios e comemos ao relento ao pé das gentes locais, bebemos os típicos sumos de laranja. Dois dias após lá termos estado, rebentou uma bomba no café Argana, na Praça Djema El-Fnaa. Morreram 14 pessoas e muitas ficaram feridas.
Ontem, dia 20 de Outubro de 2011, assassinaram Muammar al-Gaddafi, também chamado de Kadafi. A sua morte foi o culminar de guerrilhas, mortes, grandes e sangrentas manifestações, tentativas de fuga do povo líbio para outros países.
O Norte de África está em convulsão social. Os povos de Marrocos, Tunísia, Argélia, Líbia e Egipto reclamam independência. Seguem o chamamento do "novo começo"...
Sem comentários:
Enviar um comentário