terça-feira, 11 de outubro de 2011

Funcionários...

Este pequeno texto é dedicado a todos aqueles que, em virtude do seu méttier, ou simplesmente porque necessitam, se vêem forçados a deslocar-se a um serviço público, seja um Tribunal, uma repartição de finanças, uma conservatória do registo predial, comercial ou civil, ou ainda segurança social.
O anterior Governo criou uma série de sites onde até o tipo mais info-excluído já pode requerer certidões, registos e os advogados consultarem os seus processos judiciais.
Efectivamente, nos últimos tempos houve uma evolução informática formidável.
No entanto, subsiste o elemento humano.
E como o atendimento ao público ainda não é realizado por robots ou maquinetas sofisticadas, o elemento humano é que manda !
Há várias espécies de funcionários. Pegando naquele frase feita e muito utilizada, já se sabe que há sempre bons e maus profissionais em qualquer ofício.
Vou-me apenas focar nos maus…naqueles muito maus…naqueles tão maus que até têm o condão de me fazer rir !
Em primeiro lugar, há a funcionária campestre. Há uns anos necessitei dos serviços da repartição de finanças de Benavente. Como o assunto não se resolvia naturalmente, resolvi aparecer naquela repartição às 9 horas da manhã. Precisava falar com a funcionária X. Mais tarde ficou na minha memória como a funcionária campestre.
Às 9 horas e mais uns pozinhos abriu a porta do serviço de finanças. Tirei a senha. Aguardei a minha vez. Rapidamente fui atendida por um funcionário. Pedi para falar com a funcionária campestre. Que ainda não tinha chegado. Só deveria chegar dali a uma hora porque tinha autorização para chegar 1 hora depois. Confidenciou-me que a dita vivia longe e tinha uma hortinha para cuidar. Aguardei 1 hora e meia. A funcionária chegou. Realmente tinha mesmo uma hortinha, as unhas cheias de terras confirmavam-no. E de facto devia viver longe, tão longe que ainda não tinha lá chegado a cera para fazer o buço. Ainda hoje estou a ver a personagem.
E a funcionária “semi-séria” ? Toda a gente gosta de andar com os trapinhos da moda e ainda bem. O problema é quando a funcionária (são geralmente mulheres, embora também os haja) exagera e não tem decoro. Não sou púdica e não me escandalizo facilmente. Mas haja um pouco de decoro nos decotes, na maquilhagem (estamos a trabalhar e não numa festa after-hours), nas rachas das saias, no perfume exagerado, nas transparências que deixam antever o soutien rendado, no tamanho das mini-saias. Dispenso louboutins e fatos completos, mas haja um pouco de decoro.
E depois há aquelas funcionárias saídas da cama há 3 minutos. Cabelos desgrenhados, olheiras de meter medo ao susto, calças de fato de treino, t-shirt um número acima do delas, unhas desiguais (também pode cumular com o verniz lascado). Faz hoje uma semana que apanhei uma saidínha da cama no Tribunal de Sintra…
Chegamos ao funcionário “diz-lá-o-que-queres-que-eu-tenho-mais-que-fazer-que-te-estar-a-aturar”. Há muitos bicharocos deste género, especialmente em serviços de finanças. Deles não se consegue arrancar um bom dia, boa tarde, um sorriso, uma graçola, nada! E mesmo para executarem o que se lhes pede é tarefa complicada. É preciso explanar detalhadamente o que pretendemos. Lá o fazem, sempre muito contrariados e muito a custo. Afinal de contas aquele não é o trabalho deles. É apenas voluntariado…
Uma espécie que gosto bastante é o funcionário fantasma. Em regra é um funcionário mais antigo, um escrivão (por exemplo). É homem e impera nos Tribunais das várias Comarcas. Este funcionário é aquele que não tem um superior. Ele é o superior e por isso não existe qualquer hora de entrada ou saída. Todas as horas são boas para ler a bola ou o record e, obviamente para discutir “bola” com os colegas. Pausas para o cafezinho são as que se quiserem. E aqueles assuntos pessoais prementes são sempre para ser tratados no período do horário ao público.
E finalmente há o funcionário “não-me-pagam-para-saber”. Acredito que os funcionários, seja lá onde estejam a trabalhar, tenham tido um curso, uma formação, uns dias de formação, vá que raio! Apreenderam qualquer coisa naqueles cursos/formação/aprendizagem empírica. O grande problema surge quando o nosso legislador teima em criar novas leis e regulamentos e deixa o funcionário baralhado, confuso com a sucessão de leis e quejandos. Assim, opta pela postura “não-me-pagam-para-saber”.
E assim vamos nós…

2 comentários:

  1. Dji não era por acaso que as tuas composições no colégio eram sempre das melhores, adoro o que escreves e cm escreves! Fi

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  2. Fiiii!!!! Gracias!!! Agora faz te seguidora do blog...tu, maridão e Sofia!! Vamos lá... bjss

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