Friends will be friends

Sobre os amigos, amizades e companheiros já muito se escreveu. Frases, ditados, pensamentos, poemas, contos, ele há de tudo um pouco e para todos os gostos…

Já muito se escreveu e muito se escreverá sobre o assunto. No entanto, trago pequenos pensamentos sobre o assunto Amizade.

Sempre fui fiel aos amigos. Àqueles que são verdadeiramente amigos.

Conto sempre a mesma história. Quando tinha cerca de sete anos entrou uma menina nova para o colégio Valsassina. Na altura, já tinha o meu grupo de amigos bem decidido. Aquele grupo que conhecia desde os meus três anos de idade, que já conheciam as minhas irmãs e eu as irmãs e irmãos deles. Amigos a cujas festinhas de aniversário já tinha ido.

Mas esta menina nova trazia algo diferente e que me “encantou”. Ditosamente esta menina foi parar à minha turma. Oportunista como ninguém, abordei-a. E perguntei-lhe: “Queres ser a minha melhor amiga para o resto das nossas vidas ?”. Ela assentiu.

E a partir desse dia tornámo-nos as melhores amigas.

A menina transformou-se numa quase trintona como eu e, felizmente, continuamos a ser as melhores amigas. Recentemente casou-se e posso dizer com muita certeza que foi dos dias mais felizes da minha vida. O vestido e penteado foram pensados com meses de antecedência. No caminho de minha casa para a igreja tinha borboletas no estômago que não paravam quietas. Chorei que nem uma Madalena arrependida quando a via entrar na igreja. E quando finalmente cheguei a casa senti um alívio e uma leveza idêntico ao sentido quando acabei a licenciatura.

Não obstante sermos amigas, muito amigas, nem sempre fomos as pessoas mais próximas. Eu fui-me amigando com outras pessoas e ela também. Ainda no colégio, ela optou pela área de economia, eu fui para letras/humanidades e, consequentemente, fomos para faculdades distintas, amigos diferentes.

Não obstante a distância física (penso que no limite ficámos algumas semanas sem contacto telefónico), a amizade prevaleceu. Sei que conto com ela e ela comigo. O afastamento foi meramente físico, pois quando nos vemos parece que estivemos juntas ainda ontem. As conversas têm sempre uma continuação, os risos continuam cúmplices…

Um bom indício de que os amigos são amigos a sério é quando isto acontece. Quando os silêncios não são constrangedores, quando as conversas têm uma continuidade, quando continuamos a contar as mesmas históricas e a rirmo-nos desalmadamente.

O mesmo acontece com outras duas amigas. Estas são amigas recentes (se bem que o tempo nada importa quando o matéria é esta), mas sei que são amigas. Sempre fomos cúmplices, companheiras, confidentes, conselheiras. Mas por uma idiotice criada por um terceiro, sabe-se lá porquê (eu sei mas não me apetece escrever), criou-se uma distância. Uma distância estúpida. E após meses de separação física (em que sei que ela esteve muito bem acompanhada), lá fui ao casamento dela, - Sim…outro casamento! 2011 foi O ano dos casamentos, - diverti-me muito, chorei ao vê-la entrar na igreja (sou uma romântica irregenerável). Sei que o marido a trata bem e isso é o que me interessa. Almoçamos na semana passada, estava feliz. E eu feliz por ela.

A outra amiga, indissociável desta última pelo facto de serem irmãs, também se vai casar. O pedido de casamento foi há dias…

Está tudo entregue e em boas mãos.

Sou uma amiga desnaturada, confesso. E graças a este meu terrível defeito, estas “situações” não são virgens. Mas penso estar a melhorar.

Não ligo, não apareço e sei a sorte que tenho em ter estas boas amigas. São elas que ligam, que aparecem, que convidam para almoçar, para jantar, para irmos ao teatro, para passeatas. Elas sabem que eu sou assim e aceitam-me. Haverá melhores amigas?