sexta-feira, 9 de março de 2012

Mania das grandezas



Em 1998, - altura das chamadas “vacas gordas”, em que havia dinheiro a rodos – Portugal parou para presenciar/visitar a Expo 98, ali para as bandas dos limites da cidade, colado ao Rio Tejo, no ora designado Parque das Nações.
Para albergar aquela ostentosa exposição foram edificados variadíssimos pavilhões, mormente o Oceanário, a Estação de Oriente, o Pavilhão de Portugal, o Pavilhão Atlântico…
Estávamos em 1998…
Ora, volvidos quase 14 anos desde a realização da expo, Portugal decidiu hoje, através de uma Resolução de Conselho de Ministros (nº 21/2012 de 9/3, - para os mais prendidos ao aspecto jurídico da “coisa”), determinar a venda do Pavilhão Atlântico.
De acordo com o texto daquela resolução, a alienação em causa irá minimizar o esforço financeiro do accionista Estado. É compreensível este desejo de vender, até porque a conta da EDP não deve ser brincadeira nenhuma…
Para mim, esta situação só me faz lembrar aqueles indivíduos que compram (ou fazem uns leasings) Porsches, Ferraris e quejandos cheios de potência e de cavalos, mas não andam com as viaturas porque não têm “metal” para encher o depósito e, depois de uns anos, lá decidem vender o seu maior sinal exterior de riqueza que, se calhar, não espelhava bem a verdadeira situação financeira.
Nós, - Portugal, - ambicionámos ter o nosso Porsche, - o Pavilhão Atlântico, - e tivemos.
Esfregámos na cara de todos os visitantes, - especialmente aos estrangeiros, - que o nosso cantinho à beira mar plantado estava preparado para receber aquele rodopio de gente, nas melhores instalações do mundo! Mas agora que o accionista Estado está a ver que a “coisa” não teve a rendibilidade esperada, toca de vender…

Sem comentários:

Enviar um comentário