quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Obrigada, Marta

Com o tempo, aprende-se a mergulhar debaixo da onda e vir logo ao de cima, assim que se pode. E isso torna-se automático em nós. Em muitas pessoas, esta aprendizagem demora a vida inteira. Noutras, demora anos. Noutras, vem de estarem já escaldadas de terem levado com centenas de ondas de frente. 
E mais cedo ou mais tarde, damos por nós inteiramente preparados face à vinda de uma onda. Damos por nós a ter um tempo de reacção de mergulho inimaginavelmente rápido. Damos por nós a gerir dramas como se se tratassem de pequenas coisas. Damos por nós a ajudar os outros a mergulhar e a vir ao de cima, para que também eles não levem com a rebentação das ondas deles. 
E quase sempre os outros ficam muito surpreendidos. Por terem sido salvos e pela nossa reacção. Mas o que eles não sabem, é o caminho que fizemos até termos ficado como ficámos.

A Marta enviou-me este pequeno texto. Não é da sua autoria, mas podia bem ser, já que esta amiga tem a cabeça e o coração no sítio certo. Obrigada, Marta !

Esta fotografia foi tirada na Praia da Comporta, há já alguns anos, num dia de semana (caso contrário não se via um grão de areia, apenas toalhas estendidas).

Espero que um dia a minha vida volte a ser o que era: calma, serena, sem gente desequilibrada, mal formada e interesseira, resumindo, sem grande ondas. Que me rodeie sempre de bons amigos e família e um dia, pode ser que as ondas tragam um peixe decente à costa...


Sem comentários:

Enviar um comentário