Nascida na Clínica de S. Miguel em Alvalade, actualmente um lar para idosos, fui levada para um apartamento sito no Restelo onde vivi até aos três anos de idade, cresci na Madragoa/Lapa (freguesia de Santos-o-Velho), com breves estadias na Avª. João XXI e na Nova Campolide e, finalmente voltei à casa onde cresci.
Crescer num bairro antigo ou histórico (como lhe queiram chamar) é um verdadeiro privilégio. Apenas para quem o sabe apreciar.
Existem desvantagens. A falta de estacionamento, a população envelhecida que atrai a ladroagem, as casas degradadas onde velhotes convivem com ratos e muita miséria.
Mas e as vantagens?
As vantagens de viver em Lisboa e, em especial, em Santos (como eu lhe chamo). Chamo a minha zona de Santos. Se chamar Lapa, sou uma pretensiosa. Se chamo de Madragoa, sou uma gaja do bairro. Díficil...mas para mim é Santos.
Bem...e as vantagens?
São inúmeras!
Casas antigas, bonitas, de tectos altos e divinamente trabalhados, salas amplas e brancas, chão de madeira corrida, pequenos quintais e jardinzinhos onde pululam passáros, corvos e o gato da vizinha, centenários azulejos azuis e brancos, varandas que se abrem para ruas concorridas e floridas, majestosas e altivas entradas dos prédios, o Tejo.
E a Vizinhança, toda aquela gente castiça. Aquela mescla de varinas, velhotas queixosas, tias da Lapa, beatas da Igreja, ricos, remediados e pobres.
Assim é Santos!
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